SEM IMPRENSA LIVRE NÃO HÁ DEMOCRACIA

O relatório divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) traz um número alarmante. Somente em 2022, 376 profissionais da área da comunicação foram, de alguma forma, agredidos. Isso é reflexo de uma escalada de violência, que assusta quem atua na imprensa. Afinal, a cegueira coletiva tem ignorado fatos, resultando em atitudes baseadas, apenas, no achismo e clubismo político, futebolístico, de costumes. Jornalistas são agredidos pelo conteúdo que apresentam, como se fossem responsáveis pela existência dessas informações. A verdade é que, mesmo no estilo jornalismo investigativo, em que o profissional faz as vezes de polícia, o fato estava lá e tornou-se público ao ser divulgado. Atacar fisicamente ou ofender verbalmente um jornalista é um ataque à democracia, à liberdade de expressão e, dessa forma, a toda a sociedade. Ser contrário ao conteúdo, sentir-se ofendido ou prejudicado com o que foi publicado, são possibilidades, afinal, nem sempre a matéria é sobre algo agradável. Para eventuais reparos de falhas - e todos podem falhar - existem os tribunais. Não se trata de uma defesa corporativa, por ser jornalista por formação e convicção. Agredir qualquer pessoa no exercício de sua profissão ou em função dela é, minimamente, absurdo, falta de civilidade e passível de responsabilização criminal. Está mais do que atrasado o momento de refletirmos sobre os rumos tomados por nosso país. Mais uma vez, é importante ressaltar, não existe referência alguma a lado ou tendência política. O texto defende a liberdade de expressão, exercida com a tradicional responsabilidade, e a consequente existência e permanência do Estado Democrático de Direito, garantido no Brasil pela Carta Magna de 1988.

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