YANOMAMIS: CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS

O mundo ficou estarrecido com as imagens divulgadas, recentemente, sobre as condições dos indígenas do povo Yanomami no Brasil. Paupérrimos, famintos, desnutridos. Assim estão os donos de todo essa imensidão de terra. Não é de hoje que o país trata mal aqueles que já estavam por aqui, quando os brancos chegaram. Estamos, no entanto, em ápice da era atual. Dar atenção especial aos indígenas não é privilegiar um grupo ou forçar adaptação cultural. É um reconhecimento por tudo o que fizeram e representaram e uma forma de compensar tão abrupto método de colonização como o imposto nos anos iniciais da formação da população brasileira. Olhar para essas pessoas e vê-las, literalmente, morrendo de fome, sem ter atendidos os seus gritos de socorro é triste e demonstração do quanto somos cruéis. Sempre vimos fome, em especial, das imagens que vinham de determinados países africanos, mas a situação era amenizada pela distância. Sabíamos que existia, mas não estava ao nosso alcance. Além disso, era resultado de um local desértico, que não tem abundância em recursos naturais. Enxergar pessoas morrendo de fome e desnutrição no Brasil, que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, é mais do que crueldade; é sadismo. Enquanto isso, os brasileiros estão mais preocupados se o regime econômico é comunista ou capitalista, se a política pende para a esquerda ou direita, se o bom é o meu ou o seu político. Fechar os olhos para o que acontece com o povo Yanomami é, mais uma vez, tentar apagar nossa história, acabando com seus remanescentes a míngua. Tomara que, pelo menos desta vez, o governo esqueça de atender somente os mais próximos, aqueles que oferecem dividendos políticos, e preste atenção devida a seu povo, em sua gente. Tomara que os brasileiros, que sempre tiveram mais amor do que esse ódio exposto nas redes sociais, demonstrem essa consideração pelos seres humanos que só querem viver em paz, em pequenas reservas de uma imensidão que lhes foi tomada.

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