
Hoje se comenta que os jovens não gostam mais de ler, que as crianças de 8ª série do Ensino Fundamental ou aqueles do Ensino Médio se negam ou fingem ler o Dom Casmurro, do Machado de Assis, por exemplo. Só fazem uso da obra para se livrar do dever de casa. Ora, o fato não é que os jovens são seres sem cultura, que ignoram os livros. O fato é que Machado de Assis não escreveu para adolescentes lerem o seu Dom Casmurro. O texto é pesado, cheio de características da escrita do século XIX, o que não vai atrair de jeito algum a pessoa que está formando uma identidade em leitura. Assim, forçando os estudantes a ler este tipo de obra, vai se conseguir deixá-lo avesso aos livros, criando uma geração de pessoas indiferentes aos textos sensacionais escritos por brasileiros e estrangeiros. Machado de Assis é muito bom, mas tem que ser pego por opção do leitor e não por imposição do professor.
Eu, por exemplo, sou fissurado em livros, gosto mesmo de ler e, muitas vezes, até releio alguns dos que tenho em casa. A minha formação inicial, entretanto, foi feita com a leitura de gibis. Eles eram perfeitos, me divertiam e faziam viajar na história do Tio Patinhas, Pato Donald, Pateta e toda a turma da Disney. E se fosse me preocupar com o tipo de conceito sobre quem lê os gibis, seria um excluído cultural pelo elitizado grupo que caracteriza o que é boa leitura.
E se os jovens só querem ficar em frente ao computador, vamos deixá-los lá mesmo. Existe, hoje, os e-books, que trazem textos bons e tradicionais em formato digital. Para aqueles que ainda gostam do convencional, segue uma dica bem leve, agradável, que permite viajar e conhecer por bem traçadas linhas, um pouco mais do nosso país. Refiro-me ao grande, em quantidade de páginas, e muito bom livro, Me Leva Brasil, organizado a partir da série televisiva apresentada pelo jornalista Maurício Kubrusly, no programa Fantástico, da Rede Globo. Peguem este ou outro de sua escolha e faça uma boa leitura.
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