Afirmar a loucura é uma ação perigosa. Falar sozinho, discutir consigo, ter vontade e às vezes gritar, rir só de coisas sem nenhuma graça, fazer ombrinho (entende-se ficar muito satisfeito, emocionado) com mensagens no celular, ao ponto de molhar os olhos, podem ser consideradas atitudes de louco, mas se passo pelas ruas vão dizer que sou normal. Faço tudo isso e queria até ser capaz de ser mais louco, menos certinho, extrapolar, ter mais coragem. Em toda a vida tive poucas vezes a audácia de ser louco. Fiz coisas certas e erradas. Todas elas serviram para mim aprender a viver. Tenho certeza disso. Aliás, dizem que só têm certeza os idiotas. Pode ser. Sou idiota, então. Mas estou certo de que aprendi com o meu passado a viver muito bem o meu presente. Sei também que ainda vou fazer um momento de bosta, mas nenhum erro repetido, pois sou idiota, não burro. Me dou o direito de cometer novos erros.
Comentários