Histórias de outrora

Vagava por minhas reminiscências, quando deparei-me com o último jogo disputado pelo Juventude, do Rincão São José - Taquari, pela Copa Regional Sicredi. Foi, se bem me recordo, em Teutônia. Talvez Westfália. O certo é que estava chovendo e o time taquariense precisava da vitória. Os bem camaradas da Rádio Popular de Teutônia - que construíram a cabine de transmissão - impediram que nós, os pobres da Rádio Açoriana, ficássemos lá. Em resumo, fizemos a transmissão do jogo da linha de campo - na linha de fundo - com chuva e muito choque. Foi um martírio, uma tortura.
Além de todas as adversidades climáticas e de posicionamento, o time não tinha condições técnicas de vencer o adversário. Muito menos o árbitro deixaria. É um encrenqueiro que, semanas após, apitava um jogo do Grêmio pelo Gauchão e só arrumou confusão. A crueldade foi tamanha que, assim que saiu o primeiro cartão vermelho para o Juventude, a pancadaria começou. O vermelho do cartão se refletiu em muitos lances seguidos, transformado em sangue nas pernas de atletas dos dois lados. E tome cartão. Logo não haveria jogador suficiente em campo e a partida foi dada por encerrada com a vitória do time adversário. O Ju estava fora.
Indignada a torcida esbravejava no alambrado e meu comentarista, que prefiro omitir o nome no momento, resolve entrevistar o árbitro. Afinal, estávamos plantados em frente à porta que a criatura dos cartões deveria entrar. A pergunta do colega foi fatídica para denunciar nossa parcialidade: "O senhor não tem vergonha de roubar tanto?" Corajoso ele olhou para o microfone, virou as costas e continuou sua caminhada em busca de uma roupa seca e um banho quente.
Voltamos tristes, pelo fato dos conterrâneos terem perdido, mas com a sensação de dever cumprido. É bem verdade com uma trágica e engraçada escapada, mostrando uma pequena falta de parcimônia da equipe, quando o assunto era o representante de Taquari. Isso foi em 2005 ou 2006.

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