Reminiscência

No final de semana falávamos de CNH, a temida carteira de motorista. Daí lembrei de dois amigos de Taquari - ambos trabalham fora da cidade hoje. O primeiro tentou fazer esse documento várias vezes - acho que foram cinco. As provas práticas eram feitas na frente da Casa Costa e Silva. Quando ía lá para alguma matéria ou mesmo para tomar o chá e o creme de laranja da Dona Elsa, ou bater um papo com a Terezinha, só ouvia elas falarem: "Fulano conseguiu fazer a carteira?". Respondia que não. E elas completavam: "Aí, que pena. Tomara que consiga, porque ele fica muito bravo, quando roda. Já chegou até socar o muro". Pois ele viveu histórias doidas nas provas. Chegou a bater o carro em uma delas. Culpa do examinador, é claro. Hoje em a CNH e dirige direitinho.
O outro é o Negão. Na verdade chamávamos de Negão - não por ele ser negro, mas por ter a pele um pouco mais escura do que as dos outros amigos - até que veio a legislação que esse apelido poderia ser entendido como pejorativo. Melhor evitar confusão. Passei a chamá-lo de excesso de melanina. Esse ainda não conseguiu a CNH. Um dia, treinando no carro de um amigo, estava indignado que o veículo não queria sair do lugar. Daí o companheiro fala: "Quem sabe tu liga ele primeiro?". Outra vez foi a ex-namorada, carioca, que lhe dava dicas: "Asxxx duasxx mãosxx no volante". E ele insistia em colocar uma na perna da garota.

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