Quero amar

A praticamente inércia do final de semana me fez pensar. Daí já sabe, né, vem texto por aí:
Outro dia, bêbados é fato, falávamos sobre a diferença de trepar, fazer sexo e fazer amor. Nos convencemos - já pensava assim antes - que trepar é atirar-se à banalidade, como fazem as prostitutas. Se um cão aparecer em sua frente com uma nota de R$ 100,00, por certo, vão saciar a vontade do animalzinho (acredito que, tendo em vista determinados clientes, até prefeririam o cão mesmo).
O fazer sexo seria diferente. Você trocaria algum carinho e é com quem você já conhece; aquilo é bacana, quem sabe até engraçado, no futuro, mas o objetivo final é o mesmo: o gozo.
Fazer amor envolve tudo isto: carinho, carne, gozo. É, porém, muito mais. O toque no corpo da pessoa que se ama faz arrepiar, faz o coração bater mais forte. A penetração não é apenas uma forma de consumar o ato, é a oportunidade da criatura que você ama te sentir. O gozo vai existir, mas não é o principal. É só uma consequência que o físico te obriga. O que vale é o que o coração está sentindo naquela hora. É intenso, forte, inexplicável.
Aquele papo de boteco me deixou com vontade. Não de trepar ou fazer sexo. Quero fazer amor. Quero amar. Ouvir ao pé do ouvido o sussuro de um "eu te amo", e responder à altura ou, se a pessoa preferir, subir no mais alto moro e gritar para que todos saibam.
Transformar essa vontade em realidade não é fácil. Tenho 31 anos e posso afirmar categoricamente que fiz amor com uma única pessoa. Se fácil fosse, por certo, teria feito amor com mais pessoas. Na verdade é bom que não seja fácil. Não pode se vulgarizar o amor. Ele tem que ser único, mesmo que acabe, tem que ser intenso, tem que ser real e leal. Dele nascem sonhos, planos e, em alguns casos, filhos, que são a eternidade dos laços afetivos.
Todo o devaneio sobre o amor e a vontade de faze-lo não é reflexo de uma necessidade física, que todos podemos ter, de praticar o ato. Poderia faze-lo de qualquer forma. A necessidade, se é que assim pode se chamar, é emocional. Não seria suprida com o deitar sobre alguém e trocar fluídos. Precisa ser especial, o beijo tem que fazer sonhar, as carícias têm que arrepiar, o corpo a corpo tem que aumentar a temperatura, e tudo tem que ser o melhor momento para os dois.
O fato de ter exposto este anseio por aqui não quer dizer, também, que as pessoas podem mandar e-mail, carta, mensagem via celular, ou qualquer outra forma de contato, dizendo "te amo". Estas coisas só dão certo se acontecem quando não planejamos, quando menos imaginamos. Você se depara com a criatura e, por mais estranho que possa parecer, diz: "esta é a pessoa".
É destino? Não sei. O que sei é que assim acontece. E é assim que, acho, vai acontecer meu grande amor. A gente se machuca um monte, mas estou disposto a arriscar. ACho que o coração suporta algumas pancadas no futuro, depois de ser tão confortado.

Comentários