A história do camelô


Não se trata de uma defesa do empresário Silvio Santos, mas de uma análise sobre o que sinto, e o que vejo acontecer nos últimos anos. O cara é, inegavelmente, um grande empreendedor. Fez do pouco um muito. A forma como chegou a ter tudo o que tem hoje, é conhecida de todos. Sempre foi bom negociador e tem um carisma ímpar, o que fez com que convencesse a muita gente a adquirir seus produtos e os jogos legalizados. Toda essa habilidade o fez virar o Homem do Baú, a criatura da risada mais repetida da história. Eis que se vê diante de uma situação inusitada e, porque não, triste. Sua financeira, o Panamericano, vira notícia de página indesejada. Maquiagem de balanços, prejuízos, desvios, enfim, crimes financeiros envolveram esta, que é uma das 44 empresas do Grupo Silvio Santos. Dá para acreditar que ele não sabia de nada, como disse?
Sim. Dá. Não é a primeira vez que um empresário como ele é vítima da sua falta de conhecimento sobre as movimentações financeiras feitas em seu patrimônio. O pior é que, na confusão, aparecem nomes de parentes dele e da esposa. O que não dá para acreditar é que, ao chegar aos 80 anos, ele se vê obrigado a colocar tudo que conquistou em jogo. Pôs todos os empreendimentos, a maior parte bem sucedidos, no pendura para garantir o empréstimo que salvou o Panamericano. Quem mais faria isto? Quem mais se preocuparia com a imagem desta forma? Quem mais teria este tipo de atitude, que assusta a seus funcionários, mas que dá mostra de que ainda tem muito a oferecer e que pode conseguir sair por cima?
Só o tempo dirá como vai terminar a vida o camelô carioca que virou bilionário.

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