A desaforada se vinga

Parece que ela leu o texto que escrevi sobre a sua capacidade de motivar, excitar, até comover, que a chamei de desaforada, além de abusar com um, quase chulo, "gostosa". Só pode ser esta a explicação, porque ontem ela se puxou, passou como a garota de Ipanema: cheia de graça, num doce balanço no caminho, desta vez, do céu. A situação é a seguinte: pessoas na piscina - que ainda estava com água quente, devido ao calor do dia - uma ceva bacana, daí, lá no horizonte, onde um morro dorme na tranquilidade do interior do Vale, uma claridade se apresenta. O que seria? Não há como ser movimento - como festa, esporte ou coisa assim -, afinal, naqueles confins nada poderia emanar tamanha luminosidade. Eis que aparece um risco sobre o morro. Amarelo queimado, quase mel, forte como um holofote, visível para todos, guerreira e querendo me mostrar que é muito mais do que gostosa e desaforada. O risco se transforma em uma gigantesca imagem de sua perfeição, demonstrando os detalhes de seu corpo como alguém que veste roupa branca e se molha, com o diferencial de que seu tom é amarelado - uma cor perfeita para o céu escuro cravado de estrelas. Ela ficou ainda melhor, ainda mais perfeita, detonando com aquela ode que fiz, fazendo ela se transformar em um mero elogio sem importância. Me rendo a sua beleza, a sua capacidade de nos deixar boquiabertos, ao seu tamanho e a sua pouco sutil forma de se mostrar. Salve, salve, lua, a rainha da noite.

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