Sumiu o verde


Comentário para o Informativo Notícias, veiculado dia 30/05/2012, no Canal 20 da NET Lajeado ou pelo www.tvinformativo.com.br 
Rita de Cássia, ontem tive a oportunidade de passar por localidades do interior de Estrela, Bom Retiro do Sul e Taquari.Acredito que a realidade que vi ali, devido à escassez de água, é semelhante, ou pior, em outros locais do Vale, e isto é preocupante, em se considerando que somos uma terra essencialmente produtiva.Mas a constatação que cheguei, além da óbvia de que está faltando chuva e de que a que caiu hoje não é suficiente, é que está terminando o verde.No lugar do verdejante campo, da plantação de milho, arroz ou aveia, está o marrom. O marrom predominando devido à desidratação das plantas ou o marrom temporário, que é formado pela poeira. No olhar marejado do produtor está o vermelho do choro, porque tem a certeza de que lá se foi mais uma plantação por causas naturais. O céu brilha azul, límpido e forte sem as grossas nuvens que anunciavam chuva suficiente para acabar com o desespero de quem planta. Também na imagem feita no céu está o sol, amarelo, que dá tons avermelhados no lindo entardecer, que só faz mostrar que o próximo dia será de secura. Rosadas estão as bochechas das crianças, que vão-e-vem à escola com a expectativa de um dia deixar esta vida que depende, diretamente, da quantidade de chuva que cai. Daí a gente para e pensa que o verde, que atrai os olhares de moças e rapazes, quando o assunto é o jogo da sedução, restou apenas na esperança de que dias melhores hão de vir. E parece que vejo, assim que o inverno chegar de fato, a chuva vir em excesso e o nosso produtor ter que reforçar a música do Rappa, que diz: "Oh! Senhor. Pedi pro sol se esconder um pouquinho, Pedi pra chover, Mas chover de mansinho, Pra ver se nascia uma planta uma planta no chão. Oh! Meu Deus, Se eu não rezei direito, A culpa é do sujeito, Desse pobre que nem sabe fazer a oração." Que, então, a chuva venha; que venha com cautela e de forma produtiva para fazer o verde voltar a brilhar no seu reduto maior, o campo e a plantação.

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