Deficientes somos nós, os ditos normais

Acompanhando, não de perto - apenas de passagem -, os jogos paraolímpicos de Londres, me deparei com a imagem de um brasileiro comemorando a medalha de ouro. Foram muitas. Admito que não sei quem é ele (a foto que mostro aqui é meramente ilustrativa), mas me comoveu. Ele, com o pouco de braço que tem, levantou a medalha, olhou para o alto, onde estava tremulando a bandeira verde-amarela, e, emocionado, gritava "Brasil, Brasil, Brasil". Aquela imagem me fez parar para pensar na vida. Fiquei emocionado com a conquista, porque, enfim, é um brasileiro vencendo, indiferente de sua condição física. Mas o que mais mexeu comigo foi o fato de que, muitas vezes, nos paramos a reclamar da vida - nós, ditos normais, com duas pernas, dois braços, mãos, dedos, etc. etc. E aquela pessoa, que poderia se entregar, reclamar, se queixar e nada fazer, está se consagrando como vencedora, porque nunca desistiu, porque teve coragem de lutar e ir atrás de seus objetivos. Esta emoção que me abalou e me fez pensar não é resultado de pena dele. É pena de mim, de nós, que nos achamos impotentes por qualquer barreira que possa ser encontrada em nosso caminho. As paraolimpíadas devem servir mais do que como entretenimento para assistirmos pela televisão. Devem ser mostradas em sala de aula, nas empresas, nos ambientes públicos, como forma de motivação para que todos sejamos capazes de conquistarmos nossos objetivos, assim como aqueles atletas que nos representaram em Londres.

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