As lágrimas da Dama de Ferro

As pessoas nos surpreendem. Isto acontece todos os dias. São pequenas ações, decisões que são tomadas e que, muitas vezes, mudam o conceito que temos. Hoje, diante de tamanha tristeza, em função da desgraça que aconteceu em Santa Maria, consegui me impressionar e passar a admirar ainda mais a presidente Dilma Rousseff. Por todo seu currículo, pela defesa da democracia, no passado, mesmo que de forma questionável, pelo respeito aos seus princípios, pela dedicação para a manutenção de bons resultados na economia, já tinha certo apreço por ela. Neste triste domingo de janeiro, ao ligar a televisão, vejo o seu discurso, direto do Chile. Ela diz, em tom emocionado, que não tem como continuar a agenda no país vizinho, porque o povo dela está triste e sofrendo e ela precisa estar lá com eles. Além disto, ela não consegue terminar com clareza seu discurso, porque é embargada pela emoção. "Se não podemos fazer nada, pelo menos vamos estar tristes com nossos irmãos de Santa Maria". A Dama de Ferro brasileira mostra que, por trás de tanta força, por trás da guerreira que enfrentou o regime e o sistema, existe um coração, um ser humano que tem o que há de mais importante na formação de um líder: sensibilidade. Parabéns, Dilma! Acredito que sua presença em Santa Maria não vá significar uma grande mudança em todo o processo, mas tenho certeza de que ela significa um grande exemplo para os demais governantes brasileiros e da humanidade.

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