A mídia do mal

Todos os dias, os veículos de comunicação trazem mais informações sobre os desvios e a corrupção na Petrobras. A maior estatal brasileira se vê imersa em um lamaçal sem precedentes. E, ao que tudo indica, é apenas uma pequena demonstração das barbáries feitas na empresa que dá a garantia de que o "petróleo é nosso". Depois de tantas denúncias, fica muito prejudicada no mercado, perdendo valor e tendo que reduzir investimentos. É. Parece que a mídia é mesmo tendenciosa e arquiteta o mal para o país.
A última frase é sarcasmo. É apenas uma alfinetada em quem acredita que mídia boa é a que divulga apenas o que se gosta de ouvir. Isto acontece, principalmente, com quem faz parte de administração pública. Em um café da manhã, promovido pelo Observatório Social de Lajeado, tive a oportunidade de falar sobre isto. Se o jornal, ou telejornal, fala algo bom do poder público é porque é vendido, já bradam: "imprensa marrom"; se escreve algo contra é porque é da oposição, porque não quer ver o crescimento da cidade, estado ou país.
A mídia não é inocente, mas o que faz ao mostrar o que, de fato, está acontecendo é um serviço ao seu cliente (leitor, telespectador, ouvinte, internauta). É a partir destas informações que poderá tomar decisões, sobre a forma que irá agir, em seu empreendimento ou em sua casa.
O caso vivido, atualmente, pelo Brasil é um exemplo clássico. Muitos condenam os veículos de comunicação por alardearem as consequências da crise sentida em todos os setores da sociedade. São os comunicadores, portanto, seres do mal; quando, no ano passado, em período eleitoral, esconderam todas estas dificuldades, que já eram previsíveis, ninguém os condenou. Se houve erro da mídia foi por omitir, em 2014, que 2015 e 2016 seriam anos de terror na economia. E quem pensa que é exagero - a palavra terror - deve se ater mais aos números e às medidas que vem sendo tomadas pelo governo. Está ruim e vai ficar bem pior.

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