Há vida na faixa de pedestres

Em outras épocas,  a vida era atribulada, quando se chegava na fase adulta? Era. Sim. Na verdade, continua, mas agora já começa quando é criança.  Vai para a creche,  volta, vai para cursinho disto, daquilo. É preciso qualificar para os robôs não tomarem seu lugar.
Não paramos para pensar na forma como estamos vivendo. Até que chega um vírus e nos fez parar na marra. Como uma faixa de pedestres determina no trânsito. Tivemos que ficar em casa. Passou a faltar mais dinheiro, mas sobrou tempo para avaliar, para ver que passam vidas na faixa de pedestres. 
São Marias e Josés, somos nós passando. E nos fitam nos olhos com o receio de dar o próximo passo e este ser o último, pois podemos avançar o carro. Seríamos monstros? A vida nos fez monstros? Ou a vida nos trouxe o vírus para termos tempo de refletir sobre como estamos vivendo?
Aproveitar o ócio para fazer esta reflexão sobre o que somos e como agimos é bastante importante. Vermos que existem vidas, que há alma na faixa do pedestre. E que erros e acertos ficam para trás, mas não podem ser esquecidos os pedestres, pois são gente, somos nós. Amanhã, para outros, nós seremos os pedestres da faixa e não queremos cair no esquecimento. 
Há vida na faixa e se perceber que uma delas é a sua, talvez, dê para guiá-la por melhores caminhos; e o momento é agora, porque depois o trânsito volta ao normal e será difícil para refletir, até,  na faixa de pedestres. 

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