O adeus à jornalista que calculava

Nós jornalistas nos orgulhamos, admito que não entendo o porquê, por desconhecernos cálculos - muitos não sabem os mais simples; usamos até como argumento este fato para a escolha do curso na área de comunicação; somos das humanas, enchemos a boca para falar.
Mas também não cansamos de aprender. E, em uma destas oportunidades do destino, em curso sobre Jornalismo Econômico,  em meio aos mais velhos, surge uma guria quietinha e ganha um tablet por ter sugerido a melhor pauta - um desafio proposto pelo professor.
Quem seria esta guria que se atreveu a escrever e, ao mesmo tempo, saber cálculo ao ponto de perceber a melhor pauta na área da economia?  É  Camila Pires. Mais uma pérola que o Vale coloca ao mundo.
Uma aparência de tranquilidade, que era vencida pelo nervosismo que o desafio diário apresenta. Mas o fato de se assustar nunca foi impedimento para que se jogasse de corpo e alma ao que se propunha. Assim foi quando deixa a assessoria de imprensa é passa ao impresso, quando deixa o impresso e vai para os microfones, quando deixa os microfones e vai para comunicação institucional. Estes "deixa" em nada tem a ver com fugir, mas se propor a novas façanhas. Lutas travadas, lutas vencidas.
Ocorre que nem todas as lutas da vida vencemos. Chega um momento em que lutamos, em que temos o melhor exército - nossos amigos e familiares - mas que nossas forças se vão. E não é por falta de vontade ou de garra. Talvez precisem de nossas habilidades em outro plano; talvez alguém precisasse de uma boa alma que escreve e calcula e, por isto, chamou Camila Pires. 
Isso a tirou a dor que o câncer poderia estar causando, mas deixou uma dor difícil de descrever e impossível de calcular aos que ficaram. Vá em paz, Camila Pires, tendo a certeza de que foi breve a passagem, mas que o que se propôs a fazer foi bem feito. 

Comentários

Unknown disse…
Que texto maravilhoso ❤️.
Um sentimento enorme.