Somos assim, mesmo. Somos diferenciados. Sabemos rebolar até o chão fazendo quadradinho de 8, quando os demais ainda nem aprenderam a sambar. E quando os vizinhos aparecem com algo que chame a atenção, tipo Maradona ou Messi, soltamos um leque de nomes: Pelé, Garrincha, Jairzinho, Zico, Ronaldo, Romário, Bebeto, Neymar... A vida, aqui, é no exagero.
E se alguém inventar uma festinha, nós paramos o mundo com o Carnaval, momento em que Deus deve dar uma segurada na rotação da Terra para ficar assistindo este povo tão feliz, lá de cima.
Somos a pizza com maior cobertura, ao ponto de chamarmos de recheio. Estes são os brasileiros que, quase sempre, nos enchem de orgulho. Quase... Eis que se fala em dinheiro ou política e a gente perde a compostura. Milhares, tomara que não milhões, solicitaram auxílio emergencial do governo sem precisar, deixando quem precisa, de fato, sem receber.
Sei que este tipo de atitude não é exclusividade nossa, mas como na cobertura da pizza, também exageramos querendo lucrar de forma indevida.
Não sabemos ver um recurso disponível sem querer tirar uma lasca, mesmo tendo a ciência de que alguma criança pode ficar sem comer por falta desta lasca tirada. Tomara que neste momento Deus tenha dado uma piscada, que não tenha visto o que o povo que é só felicidade no Carnaval é capaz de fazer.
A fraude do auxílio emergencial mostra o pior dos brasileiros. O queijo azedou, a calabresa está estragada e a nossa linda pizza com mofo. Agora, é torcer para tudo passar e que a vergonha cubra a cara de quem, geralmente, está com a bunda de fora.
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