Orkut, a culpa é nossa

O Orkut foi a rede social que popularizou esta ideia de convivência em redes virtuais, com a formação de comunidades de interesse afim; amigos, que até então era um título dado a pessoas conhecidas pessoalmente, passaram a ser aqueles adicionados, sugeridos pelo algoritmo Google. 
Mas a febre passou. O que era diferentão e divertido ficou chato com uma série de postagens bobas, sem fundamento, com distribuição de veneno disfarçada de opinião, fazendo com que aquele espaço legal, onde se via fotos e ampliava status com um número sem fim de "amigos" ficasse chato.  Eis que é anunciada a morte do Orkut. Ufa! Já vai tarde, porque à época tínhamos o queridão Facebook.
Passados alguns anos e o Face está pior do que o antigo Orkut, aliás, muitíssimo pior. As pessoas se babam de raiva nos comentários, as fotos com estilo mimimi substituíram aquelas legais, houve a orkutização do Face. Ou seja, justiça deve ser feita: nós somos chatos e transformamos em chatice tudo que tocamos. Acabamos com Orkut e nos encaminhamos para acabar com o Face. Logo, Instagram será, também, chato.
Eis que ressurge das cinzas, em versão tupiniquim, o Orkut.  Vai vingar? Não sei. O que tenho certeza é que, logo, vamos fazer com que fique chato novamente.  
Estou espantado com nossa capacidade de enchatização. E não é só em rede social. Conseguimos tornar chata até a barra de chocolate, criando o sabor churros; o vinho, dizendo que existe vinho de pêssego; tudo em nome da nossa liberdade criativa, de nossa vontade de fazer diferente e capacidade de cansar rapidinho de qualquer coisa. 
Então,  seja bem-vindo,  Orkut, até que a gente te faça ser chato, novamente. Pelo menos é um espaço diferente, porque o Face já está insuportável. 

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