A arte da reprodução

Mãos que escrevem
também são mãos que batem, 
que tocam,
que acariciam,
e que servem,
em algum momento,
para fazer mais do que noticiar.
Desenham o passar da vida 
circundando a nuvem,
que se forma no céu. 
São líricas, 
finas,
chegam a cortar com papel. 
Mas podem ser severas,
até megeras,
e, deveras, 
todos têm seu mau momento.
É claro que não são só tormento.
Num piscar de olhos,
num pequeno momento,
as mãos podem virar luz,
nascimento. 
Mas não é uma criança que vejo.
Não importa. 
Crescerá para a vida.
E nas mãos polidas,
hoje,
a alface é o rebento.


Comentários