A cruel espera

Futebol mexe com a emoção das pessoas, vai além, mexe com o imaginário, com o sentimento, faz alguns tomarem atitudes, que jamais tomariam, não fosse a incitação que surge no âmago do torcedor. Os colorados vivem esse misto de sentimentos, atualmente: a expectativa de serem campeões, depois de 41 anos, e a necessidade de estarem com os pés no chão, caso o título não venha.
A matemática ajuda, os outros times ajudam, com os resultados paralelos, precisa o Inter se ajudar, fazer por si, garantir a liberdade do grito de É Campeão. Claro que a atual geração já foi até campeã mundial, mas não importa. Faz 41 anos que não leva o título da maior competição do país. Esta taça não é só esperada. É merecida. 
E como um torcedor contém a euforia para não correr o risco de comemorar antecipadamente? E se conseguir conter e não ganhar? Então, perdeu a oportunidade de alimentar seu ego e ainda não levou o título. 
Ah, dilema de alta tensão que vive quem se atreve a escolher um time para amar. Que vê em cada chute a esperança do caneco se aproximando ou se afastando, que usa a lógica matemática para explicar o ilógico futebol.
A decisão, claro,  será dentro das quatro linhas, enquanto o torcedor vive a linha tênue entre o desespero da derrota e a possibilidade do choro da vitória. E, depois de acontecer, seja lá o que for, sem ter muita explicação, poderá parafrasear Chicó, de O Auto da Compadecida: Não sei, só sei que foi assim.

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