3,3 QUILOS DE HISTÓRIA

3,3 quilos. É pouco mais do que um saco de carvão usado para fazer o churrasco do gaúcho; é pouco menos do que um pacote de farinha, que vira pão para alimentar a gurizada; pouco mexe com a balança, mas significa muito para quem está na luta por emagrecer.
3,3 quilos. Este é o peso do felino Tom, com quem convivo há mais de uma década. Tirando mãe e irmã, foi com quem mais tempo convivi. E pensar que quando o conheci, talvez, tivesse 0,3 quilo, pois entrava no meu tênis para brincar; hoje, precisa de uma grande caixa de transporte, que é colocada com cinto de segurança no carro.
3,3 quilos de convivência; de ele me pedindo comida, negando alguma ração que não seja do agrado e se fartando com outras que aguçaram seu paladar; de tempo em que fica me olhando, como se estivesse analisando meu sentimentos. 
3,3 quilos de vezes que acordei, deitado no sofá, com o cabelo lambido, como se fosse a mãe gato lavando os filhotes gatinhos; de vezes em que abraçou meus pés ou minha coxa buscando a forma mais cômoda de ficar deitado.
3,3 quilos de pelo, muito pelo, que ficam espalhados pela casa, por onde quer que possa imaginar, mas que acabam nem incomodando minha rinite, pela cumplicidade que há. 
3,3 quilos de um 50 tons de cinza que, depois dos dez anos, passou a ter ainda mais tons, agora de outras cores, anunciando a idade que se avança; de um senhor felino.
3,3 quilos de Tom; 3,3 quilos de um gato que se pesou, fez exame de sangue, um check up, coisa de rotina, de quem tem uma certa idade.
3,3 quilos, enfim, de história, de bons e tensos momentos vividos juntos; e sigam assim por muitos mais quilos.

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