O erro da gangorra Gre-Nal

Se Galvão Bueno estivesse narrando a final do Gauchão 2021 poderia gritar, de forma esganiçada, "É tetra, é tetra, é tetra", como fez quando a Seleção Brasileira conseguiu o tetracampeonato mundial. Afinal, o Grêmio é tetracampeão gaúcho. Claro que as proporções são outras, não estamos falando de uma competição que reúne os melhores clubes do mundo, muito menos seleções, mas é preciso entender que é a maior disputa do nosso mundo, do nosso hiperlocal. 
Chegar ao quarto título seguido, mantendo uma hegemonia sobre o principal adversário é, para o Tricolor, a consagração. Se o time tem condições de ir além, se pode buscar títulos nacionais e até internacionais, com o perdão do trocadilho, é outra questão. O fato é que mais uma vez o Grêmio foi superior. Fez o que foi preciso fazer. E, talvez, se explique pelo que disse Dourado, autor do gol colorado na final. Ele entende que falta coragem para fazer o gol quando é Gre-Nal, falta vontade, ânimo para acertar e mostrar que é possível reverter.
Enquanto isto persistir, o Grêmio continuará na parte de cima da gangorra Gre-Nal. O que é um equívoco, pois quem já brincou de gangorra sabe que manda aquele que está embaixo, pois é quem define quanto tempo quem está no alto ficará nesta posição. Talvez aí esteja o segredo, que foi desvendado por Dourado. A supremacia gremista está muito mais consolidada pela capacidade colorada de se manter embaixo na gangorra do que na qualidade tricolor para ficar em cima. 
Com uma ou outra explicação, o fato é que o Grêmio tem mais um caneco no armário, enquanto o Inter tem mais motivo para reflexão. Em outras épocas, diriam os mais aficionados que tem sapo enterrado no gramado do Beira-Rio. Bora buscar um sal grosso, antes que seja necessário chamar o tio da vidraça, novamente. 

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