A sujeira que consome a alma

As pessoas passam boa parte do seu tempo dedicando -se à limpeza. Querem a casa brilhando para poder passar às visitas a melhor impressão, a sensação de que existe organização naquele ambiente. O mesmo vale para empresas. Pintam fachadas, trocam o desenho da marca, chegam até a mudar de nome para manter a melhor aparência e, quem sabe, lucrar um pouco com isto.
Muitas vezes, porém, o que é limpo nos corredores, onde passa o público, onde as pessoas enxergam, enquanto batem papo ou sorvem um chimarrão, vai parar sob os tapetes. Afinal, o que é escondido não é visto, e se não é visto não é lembrado e não tem importância. 
Talvez, o conceito de quem esconda a poeira sob o tapete ou móveis, em casa, ou faz questão de maquiar algumas informações que não seriam agradáveis ao público, em empresas, funcione. Agora, quando essa tentativa se relaciona com o ser humano, certamente, está fadada ao insucesso. Não há plástica, aplicação de produtos, maquiagem ou qualquer outro disfarce, capaz de mudar a estética humana, que consiga esconder a sujeira da alma.
Pessoas más podem estar perfumadas, bonitas, preparadas, cheias de adereços de alto custo, que continuarão sendo pessoas más. E, mais cedo ou mais tarde, isto será evidenciado. 
Há possibilidade de mudar essa condição? Claro. Mas não é de fora para dentro. Não adianta um banho de loja, um carro novo, uma mudança no corte de cabelo. A alma se muda de dentro para fora, com atitudes, com sentimento, com consciência e de forma efetiva, porque tapeada se dá somente em casa física.

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