A gangorra quebrou


Quem conhece o futebol gaúcho sabe que a polaridade é o que mexe com a emoção dos torcedores gremistas e colorados. Quando um está bem na tabela do campeonato, o outro está em situação complicada, o que fez valer a metáfora da gangorra (quando um dos lados do brinquedo está por cima, o outro está por baixo). 

Talvez pelo efeito pandemia, talvez por todo o dano que a somatória de notícias ruins tem trazido à sociedade, não se sabe a explicação, mas o que se sabe é que parece ter quebrado a gangorra. Alguém, que não sabia brincar, chegou no parquinho e exagerou na força. O brinquedo quebrou ao meio e ambos, o que estava na parte de cima e o que estava na parte de baixo, acabaram tombando.

Tanto Grêmio, último colocado na tabela de classificação - sem sequer uma vitória -, quanto o Internacional, que vem de uma série história de partidas sem ganhar no Beira-Rio, estão deixando a desejar. Mais do que isto. Estão à beira de um local perigoso, que traz em uma alcova o fantasma do rebaixamento, o fantasma de Série B.

Pode parecer precipitada a avaliação e o receio de que todos os caminhos levam à segunda divisão do futebol brasileiro. Isto poderia mudar com eventuais trocas de atletas, técnico ou tática de jogo, mas o que se vê é a inviabilidade de fazer todas estas trocas, as falta de recursos humanos para a substituição e a, cruel, falta de vontade de garantir mais recursos táticos, diante de uma técnica que beira o amadorismo. A única coisa que parece não ser amadora na dupla Gre-Nal, atualmente, é a folha de pagamento. Essa é gigantesca, quase indecente.

 

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