Olhei o céu,
o sol estava, lá,
mas não predominava,
dava espaço às nuvens.
O cinza chamou mais a atenção do que o azul.
Nada contra.
Apenas uma constatação.
Apenas uma percepção de que os dias estão contados;
as cores fortes, vivas, vão ficar na memória.
O verão se despede e dá boas-vindas ao outono.
Mexe no termômetro,
mexe no imaginário,
mexe na paisagem.
Caem as folhas,
em época de pandemia,
caíram as máscaras.
Voltam os sorrisos,
os dias encurtam,
a expectativa aumenta.
Afinal, é novo ciclo.
Ciclo de adeus às cores,
de adeus às flores,
de aproximação de amigos e amores.
Um ciclo de paixão,
de ouvir mais sim do que não,
de pensar que o calor intenso,
que mexe com humor e senso,
será real,
só no próximo verão.
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