Trabalho real, ganho irreal

As datas comemorativas, mais do que um feriado, servem como tempo de reflexão. É o momento em que as pessoas podem - e devem - pensar sobre os assuntos que pautam os dias especiais. 
Sobre o 1 de maio, Dia do Trabalho, as análises atuais não são muito positivas. Enquanto o país vive a retomada da abertura de vagas, sobretudo, pela diminuição das consequências da pandemia à economia, os brasileiros trabalham muito e ganham cada vez menos.
As pesquisas mostram que nunca ganhou-se tão pouco pelo trabalho. Por outro lado, a exigência é de que cada vez mais se garanta ampliação da produtividade. É preciso fazer mais em menos tempo. É uma condição importante e válida, porém, não se pode ignorar o fato da defasagem financeira na vida de quem trabalha. 
Para piorar, pandemia, condições climáticas, guerra no Leste Europeu, tudo tem auxiliado para fazer com que a situação fique cada vez mais difícil. Fazer compras, que poderia ser um momento de distração e alívio de estresse, virou um roteiro de filme de terror. 
Precisamos de legislação, vontade política e celeridade para recuperarmos não só as vagas, mas o poder de compra dos brasileiros. Trabalhar sem ganho é assemelhar à escravidão; trabalhar com ganho ínfimo não vai tão longe, mas é muito cruel e humilhante. 
O brasileiro merece mais. Merece mais trabalho, mais ganhos, mais respeito; merece consideração de quem administra e de quem emprega.

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